Sem avanço nas negociações com o Governo, servidores do IPERN mantêm paralisação até o dia 15 de julho


Diante da falta de respostas do Governo do Estado, os(as) servidores(as) do Instituto de Previdência do RN (IPERN) decidiram manter a paralisação iniciada nos dias 7 e 8 de julho até o próximo dia 15. A decisão foi tomada após audiência realizada na terça-feira (08), que não apresentou qualquer proposta sobre a principal reivindicação da categoria: a reformulação da tabela salarial.

A paralisação de 48 horas foi aprovada em assembleia do dia 1º de julho, convocada pelo SINAI-RN. Durante os dois dias, houve piquetes e atos públicos em frente à sede do Instituto, em Natal, com o objetivo de pressionar o Governo a apresentar uma resposta à pauta que há mais de cinco anos aguarda encaminhamento.

Como resultado da mobilização, foi realizada uma audiência com a presença do subsecretário de Recursos Humanos, Carlos Cerveira, do presidente do IPERN, Nereu Linhares, além de dirigentes do SINAI-RN e servidores(as) da base.

A expectativa era que o Governo apresentasse proposta concreta sobre a tabela. No entanto, o subsecretário afirmou que o momento atual é financeiramente difícil e que as negociações deveriam ter ocorrido antes. Disse ainda que encaminharia a demanda ao secretário Pedro Lopes e retornaria com uma devolutiva por meio da presidência do Instituto.

A resposta foi recebida com decepção pelos(as) servidores(as), que reforçaram a longa espera por valorização salarial. “O IPERN pede socorro e o Governo não olha para o Instituto. A categoria está desmotivada, prestes a se aposentar”, afirmou Wilma Chrisóstomo, tesoureira do SINAI e servidora do órgão. Ela destacou ainda a urgência da reformulação antes do edital do concurso público.

O coordenador geral do SINAI, Geraldo Lamartine, rebateu a fala sobre a “janela de oportunidade” nas negociações: “O Governo não pode ter porta e nem janela. O governo precisa estar aberto. O IPERN está sendo desprezado.” Geraldo também criticou a postura da governadora Fátima Bezerra: “Eu acho que ela está com problema de audição. E isso acontece em um governo que se diz popular e trabalhista.”

Durante a audiência, também foi ressaltado o papel estratégico do Instituto, que gerencia 39 folhas de pagamento – 34 do Executivo e 5 do Judiciário – com número reduzido de profissionais. Em junho, houve dia com 470 atendimentos entre 8h e 14h, realizados por apenas seis servidores.

Além disso, foi lembrado que o IPERN gerou economia ao Estado e arrecadou mais de R$ 100 milhões nos primeiros meses de 2025, sem retorno para os trabalhadores da casa.

Diante da ausência de proposta, os servidores decidiram manter a paralisação até o dia 15 de julho. A luta segue por reconhecimento, valorização e justiça para quem mantém o Instituto em funcionamento.