Atos públicos em Natal e no interior marcam o primeiro dia de greve dos trabalhadores da Fundase


O primeiro dia de greve dos trabalhadores da Fundação de Atendimento Socioeducativo do RN (Fundase), iniciado nesta quarta-feira (17), foi marcado por atos públicos realizados em Natal e no interior do Estado, sob a organização do Sinai-RN. Cada piquete teve o intuito de chamar a atenção da sociedade e do governo Fátima Bezerra para o caos que os servidores enfrentam cotidianamente. Além disso, serviram para discutir a organização do movimento e reforçar os motivos pelos quais a paralisação por tempo indeterminado está ocorrendo.

Na capital, em frente à rampa da Fundação, no Centro Administrativo, os grevistas expuseram seus problemas. De acordo com os relatos, cada servidor se vê obrigado a cumprir suas tarefas e acumular a função de limpar o espaço em que trabalha porque o governo terceiriza essa função e não concluiu a contratação de uma empresa via licitação. os profissionais da área de limpeza foram dispensados pelo Governo. Além disso, queixam-se de que a alimentação fornecida é de baixa qualidade. Para piorar, quem precisa pernoitar nas unidades enfrenta dificuldades, pois os alojamentos não têm estrutura adequada. Muitos trabalhadores dormem no chão.

Para além dos problemas cotidianos e imediatos, foi debatida a Reforma Administrativa, proposta que tramita no Congresso Nacional e que afetará os servidores e as pessoas que utilizam os serviços públicos, causando prejuízos para toda a sociedade.

Apesar de estarem em greve, os trabalhadores afirmam que seguem dispostos a dialogar com o governo. Com a garantia de que 30% do quadro permanece em atividade, conforme determina a legislação, o movimento prossegue nesta quinta-feira, 18 de setembro, com piquetes em Natal e no interior, a partir das 8 horas.

Reivindicações

Entre os motivos que levaram a categoria a deflagrar a greve estão a ausência de respostas do Governo e da gestão da Fundase às demandas apresentadas, o não cumprimento da lei que prevê a implementação do auxílio-fardamento em 2025 e a falta de debate sobre o auxílio-alimentação.

Também pesaram na decisão as condições de trabalho precárias, com prédios sem estrutura adequada para servidores e adolescentes atendidos, problemas na qualidade da alimentação e a falta de abertura ao diálogo sobre as propostas de alteração às Portarias nº 157/2025 e nº 158/2025.

O Sinai-RN ressalta que a paralisação é resultado do acúmulo de problemas não solucionados e que seguirá cobrando do governo uma solução para as reivindicações da categoria.