Trabalhadores do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Rio Grande do Norte (IPERN) iniciaram ontem greve por tempo indeterminado. A paralisação acontece após o Governo do Estado se recusar a negociar com a categoria.
Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do RN (SINAI), há cerca de 6 anos o salário dos trabalhadores do Ipern está perdendo poder de compra. Nesse período não foi feito qualquer reajuste e a inflação corroeu o salário. As perdas salariais já chegam a 35%, cerca de um terço do salário foi perdido para a inflação.
Os grevistas reivindicam, além do reajuste salarial, reestruturação da carreira e concurso público.
Na unidade do Ipern em Mossoró, todos os serviços foram paralisados. Na manhã de ontem os funcionários estavam no local apenas para informar aos usuários sobre a greve. O diretor do Ipern/Mossoró, Everton Rebouças, conta que a junta médica está paralisada desde o dia 24 de abril deste ano, quando um dos médicos se aposentou. “O ideal seriam três. Estávamos funcionando com dois médicos peritos, no limite. Já pedimos à Secretaria de Saúde a nomeação de um médico perito”, fala.
Desde janeiro do ano passado que apenas dois médicos peritos atuavam no local, já que o terceiro foi transferido para o Hospital da Mulher. Com apenas esses dois profissionais, as paralisações ocorriam com frequência quando um deles precisava faltar por algum motivo, como férias, viagem.
A junta médica funcionava dois dias por semana. Agora, os servidores que precisam passar pela perícia, têm que se deslocar para Natal, Pau dos Ferros e Caicó. Além disso precisam saber quais destas não estão em greve. Segundo a Assessoria da Secretaria de Saúde Pública (SESAP), o próprio Ipern é responsável pela contratação e realização de concurso público para o cargo de médico perito nas unidades.
Em Mossoró, quando está em pleno funcionamento, a unidade atende de 30 a 40 pessoas por dia. Entre os principais serviços solicitados pelos usuários estão: pensão por morte, auxílio reclusão, aposentadoria e todas as outras questões relacionadas a aposentados e pensionistas. No local trabalham nove servidores.
Segundo a secretária do Sinai, Salvina Miranda, o sindicato está dando apoio aos servidores do Ipern. “Como são poucos, em alguns momentos eles se juntarão aos outros movimentos grevistas e em outros nós nos juntaremos a eles”, fala.
Fonte:Jornal Gazeta do Oeste – Publicação do dia 21/05/2014