Reajustes variam entre 62% e 133%


Santino Arruda Silva*

Este Sindicato tem estado ao lado dos trabalhadores e feito a luta social em sua defesa. Não transige quando se trata da defesa dos trabalhadores. No entanto, o parlamento nacional deliberou, em menos de duas horas, reajustar os salários de seus 594 membros e de todos os parlamentares estaduais e municipais.  Além disso, a mudança se estende à remuneração do Presidente da República e seu Vice, e dos Ministros de Estado.

Os índices estão muito acima dos reajustes que ocorrem no Brasil, para os trabalhadores. A variação foi de 62% a 133%.  O Sindicato é de acordo que Deputados e Senadores precisam ter ganhos compatíveis com os cargos que exercem. O mesmo se pensa em relação ao Presidente da República e aos Ministros, de Estado e do Poder Judiciário.

No entanto, o Sindicato acredita que os salários da cúpula, o teto,  se encontra demasiadamente distanciado dos salários do piso (R$ 510,00 ou R$ 560,00 daqui a pouco). Além do que, os do meio, a faixa intermediária dos assalariados do Brasil, incluso os da previdência, se encontram defasados e sem regra de reajustamento.

É esse debate que precisa ser feito e nossos congressistas, nos três níveis do parlamento, não têm tido esse interesse. Aliás, quando o interesse é o do povo trabalhador, eles (congressistas) raramente se preocupam, diferentemente de quando o interesse é o deles.  Neste caso, ao contrário: além de ser muito rápido, não há crise.

Estamos esperando a manifestação do Ministro do Planejamento sobre o aumento concedido à cúpula dos poderes Legislativo e Executivo. O ministro Paulo Bernardo foi enfático, ao falar contra um aumento maior para o salário mínimo. Entretanto, está demorando a se pronunciar sobre o Ato do Legislativo. Nem tampouco, os governadores de Estados em crise, como é o caso do nosso RN, se pronunciaram até agora. Apesar de sequer pagar o terço das férias a seus funcionários, irão pagar o reajuste aos parlamentares estaduais.

Os governadores estão calados até agora. Mas iremos defender salários compatíveis para todos com transparência e ética.

*É Presidente do SINAI e militante da Intersindical.